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Os improváveis no topo do mundo

Botafogo e Palmeiras protagonizam duelo histórico na Copa do Mundo de Clubes

28 de junho de 2025

Por Gustavo Vicente


Dois clubes brasileiros, com histórias gloriosas, representaram o Brasil nas oitavas de final da maior competição de clubes do planeta. Botafogo e Palmeiras se enfrentaram na Filadélfia, neste sábado (28), pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, em um duelo que, há 20 anos, parecia inimaginável.


Improváveis. Mas não por falta de camisa pesada, história ou torcida apaixonada. Improváveis porque, por muito tempo, viveram sob a sombra de más gestões, dívidas, rebaixamentos e incertezas. O Palmeiras caiu duas vezes: 2002 e 2012. O Botafogo, três: 2002, 2014 e 2020. Clubes que antes eram dados como decadentes hoje estão entre os melhores do mundo.


Sob os olhos atentos do presidente da FIFA, Gianni Infantino, o Verdão mostrou mais apetite para vencer. Foi superior em finalizações (19 contra 16), teve mais chutes no alvo (5 contra 2) e um impressionante número de escanteios: 15 contra 8. Mesmo com menos posse de bola (46%), mostrou mais verticalidade e intensidade.


Do outro lado, o Botafogo valorizou a posse (54%), trocou mais passes (550 a 470) e teve maior precisão (85% contra 82%). Faltou agressividade e finalização. Faltou acertar o alvo.

O resultado final? A classificação do Alviverde após o gol do atacante Paulinho, durante a prorrogação do duelo contra o Glorioso, realizado no Lincoln Financial Field, na Filadélfia. Com isso, o Verdão avança e segue sonhando com o topo do mundo.

A viagem no tempo

Em 2003, Palmeiras e Botafogo estavam na Série B. O foco era a reconstrução. Nenhum torcedor imaginava ver esses dois times em uma Copa do Mundo de Clubes. Na época, os grandes nomes do futebol sul-americano eram São Paulo, Corinthians, Boca, River, Cruzeiro e Internacional. Era uma era dominada por paulistas, mineiros, gaúchos e argentinos.


Entre 2000 e 2010, o São Paulo foi o maior vencedor do país, com três Brasileiros consecutivos (2006, 2007, 2008), a Libertadores e o Mundial em 2005. Era a era da hegemonia tricolor.


Hoje, 20 anos depois, o cenário mudou.


São Paulo, Corinthians, Santos, Cruzeiro e Internacional amargam longos jejuns de títulos, rebaixamentos (menos para o São Paulo), e resultados abaixo do esperado pela grandeza dos seus clubes. Já Botafogo, Palmeiras, Flamengo e Fluminense escrevem uma nova narrativa. Os improváveis de ontem são os protagonistas de hoje.


Como jornalista e apaixonado por futebol, o que tiro de tudo isso é simples: o mundo dá voltas. A hegemonia é cíclica. E, no futebol, como na vida, ninguém reina para sempre.

 
 
 

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