Flu mostra ao mundo que o impossível é só questão de opinião

FOTO: Marcelo Gonçalves e Lucas Merçon/FFC

Dos quatro clubes brasileiros classificados para a Copa do Mundo de Clubes, o Fluminense era o menos cotado para chegar às quartas de final. Sob o comando de Renato Portaluppi, o Tricolor Carioca apresentava um futebol organizado, mas não estava no radar dos que projetavam uma campanha longa.

A estreia foi um espetáculo de posse de bola e controle contra o Borussia Dortmund. O time carioca dominou amplamente as ações, mas pecou nas finalizações: a bola simplesmente não entrou. No segundo jogo, contra o Ulsan Hyundai, o Fluminense sofreu uma virada inesperada de uma equipe tecnicamente inferior, mas reagiu com autoridade e venceu por 4 a 2. No jogo decisivo da fase de grupos, um empate diante do Mamelodi Sundowns bastou para garantir a classificação.

O destino então reservou um desafio gigante: a Internazionale de Milão, vice-campeã da Champions League. A diferença técnica e estrutural entre os dois clubes era visível. Mas o futebol, como sempre, tem espaço para a ousadia.

Contra a Inter, o Fluminense fez o jogo da vida. A posse de bola foi amplamente dominada pelos italianos (68% contra 32%). Em passes, a superioridade da equipe de Milão foi ainda mais clara: 504 contra apenas 239 do time brasileiro. A precisão nos passes também favoreceu os europeus, com 87% contra 72% do Fluminense.

Mesmo com números inferiores em praticamente todos os fundamentos, o Tricolor Carioca foi preciso onde mais importa: no placar. Foram 11 finalizações, sendo 4 no alvo, o mesmo número de chutes certos da Inter, que finalizou 16 vezes ao todo. O Fluminense foi eficaz, frio e decisivo. Venceu por 2 a 0 com autoridade.

O jogo foi intenso. O Fluminense cometeu 16 faltas, contra 15 da Inter, e recebeu quatro cartões amarelos. A Inter teve mais escanteios (5 contra 2) e igual número de impedimentos (3 para cada lado). Mas nenhuma dessas estatísticas impediu o time brasileiro de escrever mais um capítulo memorável na história do futebol nacional.

Com um jogo simples, estratégico e com a cabeça no lugar, o Fluminense derrotou um dos maiores times da Europa. E mostrou ao mundo que o impossível é apenas uma questão de opinião.